sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Trail Sustentável

Texto extraído do site Motoraid

Nada está mais na moda do que esta palavra: Sustentável.

Parece que pra uma coisa ser legal precisa tornar essa palavra um sufixo. É um tal de turismo-sustentável, produção-sustentável, energia-sustentável e assim por diante.
Até as duas coisas que mais nos fo... aqui no Brasil hoje querem erguer a bandeira dessa tal sustentabilidade. Os bancos brigam pra saber qual deles é o mais sustentável e até o governo se diz sustentável.

Mas e o nosso esporte, o nosso rolê, tem se tornado uma atividade sustentável????

Diz-se sustentável uma atividade (humana) ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e por fim culturalmente diversa.

E ai???? Será que nos enquadramos???? Ou estamos longe disto???

Pergunto isso pra ver qual o grau de evolução que nosso esporte ou lazer, se podemos assim chamar, está tendo pra se tornar sustentável. O que vai fazer com que ele continue ou deixe de existir em determinados locais ou regiões.

Parece forte dizer que o trail pode deixar de existir em uma determinada região, mas acontece.

Quer um exemplo? A cidade onde moro. Barra do Piraí, interior de Rio de Janeiro, uma cidade que revelou grandes nomes do enduro estadual, devem ser mais de uma dezena de títulos estaduais nas estantes de moradores daqui, cidade que já sediou provas de enduro inesquecíveis e que tem trilhas perfeitas. Perfeitas e TRANCADAS.

Isso mesmo, por não nos preocuparmos com o modelo sugerido por essa palavrinha que está no auge da moda, nossas melhores trilhas foram fechadas.

Tudo por que não fomos culturalmente diversos, e de forma egoísta, não passamos o que sabíamos sobre o uso das trilhas aos que estavam começando, deixamos de ensinar regras básicas que tornariam o rolê socialmente justo.

Sim, sem essas regras, ele deixou de ser socialmente justo, pois a partir do momento em que cercas são cortadas, porteiras são deixadas abertas, animais são incomodados com pilotos que aceleram perto deles e donos de propriedades se sentem invadidos, o convívio social nas trilhas deixa de existir.

Quanto a ser economicamente viável, vai do bolso de cada um. Só sei que ao ter que colocar a moto na pick-up e me deslocar mais de 50km pra andar, quando era só subir na moto e acelerar, o custo sobe e a viabilidade vai pro brejo.

Por último, pois resolvi colocar na ordem inversa, temos o termo crítico do ecologicamente correto. Só de andarmos já poluímos demais, mas tem gente que ainda insiste em deixar um lixo aqui, uma moto vazando gasolina ali, uma nova erosão desnecessária e assim por diante.

Então partindo de um mal exemplo, vamos começar um novo pensamento, as trilhas precisam subsistir e é responsabilidade de cada um que passa por elas cuidar disso.

Se você é um piloto experiente não deixe seu patrimônio a mercê dos acontecimentos! Cuide, cobre, ensine! É melhor ser taxado de chato e ter o seu quintal sempre arrumado, do que fazer vistas grossas e ter a tristeza de ver suas trilhas fechadas, e com razão.

Se você é um piloto novato, mostre que a única coisa que você precisa aprender são técnicas de pilotagem, pois educação e bons costume a sua mãe já te deu.

Autor: Thiago Biage

Nota do Preá do Brejo:

E isso acontece mesmo!
A ótima trilha do Burro, que passávamos sempre, assim como ainda passamos no coice de mula e no desvio, foi fechada por falta de respeito à propriedade na qual estavamos!

Devemos sempre lembrar que quando fazemos trilha, estamos alí de favor! Todo o percurso que percorremos é terreno dos outros! Portanto ao sairmos, devemos deixar tudo do jeito que estava quando chegamos!

Tenha consciência, isso basta.

Boas Trilhas!

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